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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

César Mendonça deu nas vistas na prova de scratch

PISTA

Esteve quase, mas ainda não foi desta que Portugal conseguiu colocar um atleta nos dez primeiros nestes Campeonatos do Mundo de Pista Masters. Com 52 anos, César Mendonça, atleta de estrada do Póvoa BTT, aproveitou estes Mundiais para retomar uma paixão antiga. Nascido no Brasil, mas a residir há mais de 12 anos em Portugal, o atleta lembra “com saudade o tempo em que praticava pista no Brasil. Havia uma tradição muito grande, participei em provas até à categoria de elite. Depois vim para Portugal e infelizmente, por falta de infra-estruturas, vi-me obrigado a concentrar-me na vertente de estrada unicamente”. César Mendonça passou pela Tensai e pela Spol/Caixanova antes de ingressar no Póvoa BTT. Este ano, sagrou-se vencedor da Taça de Portugal de Masters, na categoria de veteranos C.

Para a participação nos Campeonatos do Mundo de Pista, Mendonça aproveitou a existência do projecto Escola de Ciclismo, que reúne actualmente, em regime de internato, dez jovens atletas no Velódromo Nacional de Sangalhos, em Anadia. Treinou durante dois meses, sob a orientação do coordenador nacional de vertente, Gabriel Mendes e diz ter-se sentido “muito motivado para agarrar uma oportunidade de voltar a viver um grande amor”. No entanto, o atleta luso lamenta “a pouca adesão” dos portugueses às provas que se vão realizando: “É uma pena que não se aproveite mais uma infra-estrutura como esta. Andei um pouco triste durante o último ano, mas ao saber que se iam realizar aqui estes Mundiais tinha que aproveitar para vir”.

Quanto à prova, nas 30 voltas à pista, cumprindo um total de 7,5km, o português mostrou boa capacidade técnica e táctica, andando quase sempre no grupo da frente. Todavia, a apenas quatro voltas do final, viu-se “fechado junto à escapatória devido às intensas movimentações do pelotão” e teve de “abrandar o ritmo” para evitar uma queda ou a desclassificação. Assim, César Mendonça diz que o 14º lugar final “sabe a pouco, uma vez que não fosse aquele percalço, poderia e deveria ter chegado mais bem colocado. Faltou ritmo competitivo para contornar melhor as dificuldades” - admite.

Agora, as baterias apontam-se à prova de pontos, que se realiza no domingo. Mendonça diz que essa é a sua “especialidade” e acredita que “depois de uma semana de participação intensa nestes Mundiais, o final poderá ser mais risonho”.

Resta agora que o público volte a preencher as bancadas do Velódromo Nacional, à semelhança do que aconteceu esta quinta-feira, para gritar em uníssono por Portugal.

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