Mais crónicas

GP Ilha Terceira

11 de Julho de 2016

"Foi uma jornada memorável para o jovem terceirense, conquistando a vitória na sempre dura subida à Serra de Santa Bárbara em condições atmosféricas muito adversas.

O perfil altimétrico e a quilometragem desta última etapa do Grande Prémio da Ilha Terceira não deixam transparecer a dificuldade que a mesma encerra para os ciclistas. É de facto uma etapa muito dura, com uma contagem intermédia de 2ª categoria longa e difícil que encerra alguns sectores de enorme declive e com uma subida final de 1ª categoria, onde os 5kms finais impõem respeito em qualquer parte do mundo. Se somarmos a tudo isto chuva, nevoeiro cerrado e uma dose razoável de vento? Deixamos os adjetivos ao critério de cada um…

Na fase inicial da corrida os destaques foram para Nélson Toste da AFA / Promotora e João Paulo Amaral do Charib Santa Clara, que andaram em fuga durante alguns kms. Amaral foi alcançado na subida de 3ª categoria na Serretinha, enquanto que Toste foi o que mais aguentou na frente da corrida, tendo sido alcançado pelo pelotão no final da contagem de 2ª categoria no Entre Picos.

Dai e até à viragem nas Doze Ribeiras onde se iniciava a contagem final de montanha, o pelotão rolou junto. As principais movimentações surgiram já depois da viragem para os 5kms finais, o tal sector mais temido por todos. Nessa fase o grupo era já composto por apenas 8 atletas: Cláudio Paulinho, Vitor Lourenço, Tiago Silva, Nuno Manso (os 4 da Viveiros Vítor Lourenço), Rui Costa (Bike Mais), Lucas Mendonça (AFA / Promotora), Miguel Rodrigues (CS Maritimo) e Tiago Furna (Atlético Desportivo São Pedro).

Foi a partir desse grupo que Lucas Mendonça se foi isolando na frente da subida, ganhando alguns metros de cada vez. Metros que se foram convertendo em segundos, e segundos que se converteram em tempo suficiente para vencer e conquistar aquela que será a sua vitória mais saborosa de sempre, daquelas que enchem o ego de forma desmedida. Apesar deste momento inesquecível para o Lucas, a verdade é que um pouco mais atrás é que se tomavam as grandes decisões da corrida.

Há medida que a subida ia ficando para atrás, a vitória de Cláudio Paulinho neste Grande Prémio ia tomando forma. Rui Costa, Miguel Rodrigues e Nuno Manso perdiam o contacto com os da frente. Quando o Paulinho, Lourenço, Silva e Furna entram juntos no km final, estava praticamente tudo definido em termos de vitória no Grande Prémio – Cláudio Paulinho seria o vencedor. Mas os restantes lugares do pódio estavam presos por meros segundos. Cada segundo conquistado ou perdido era importante para os restantes elementos do quarteto.

E de facto assim foi. Vitor Lourenço conseguiu segurar o 2ª lugar no Grande Prémio por escassos 3 segundos. Tiago Silva ganha 2s a Furna e com isso garantiu o último lugar do pódio.

Feitas as contas, Paulinho venceu à geral e conquistou a camisola lilás, símbolo de líder. Conseguiu ainda garantir a camisola azul ao vencer o prémio de montanha. Vitor Lourenço conquistou a camisola verde ao vencer a classificação por pontos e Tiago Furna venceu o prémio da juventude. Por equipa, vitória indiscutível da formação da Viveiros Vítor Lourenço."