Crónica da 3ª etapa de Almodôvar

Domingo, 24 de Março de 2012, pelas 16h realizou-se a ultima etapa.

Primeiro que tudo, quero pedir desculpas por ter informado mal o sentido do circuito, pois julguei que seria no sentido da Crono-escalada. Só me apercebi quando andava a aquecer.
Com este sentido o circuito seria mais fácil a descer e contrapartida ficou mais difícil na subida.
Logo no aquecimento houve um atleta que me chamou a atenção pela maneira como estava a aquecer- o irreverente Humberto Xavier. A partida demorou alguns minutos para além do que estava previsto devido a uma avaria na bicicleta de um dos atletas da Xyami. Mas mal se deu a partida Humberto Xavier ataca de uma forma violenta ganhando logo uma certa vantagem sobre o pelotão. Como ontem eu tinha dito, que alguma equipa iria se aliar aos Viveiros para os ajudar, na altura não quis mencionar nomes, mas reparei logo que seria a equipa Motocar. Aquilo que previa aconteceu, assim esta equipa logo na partida com 2 elementos iniciam uma perseguição forte ao fugitivo, na minha opinião esta seria desnecessária visto que a classificação do Humberto Xavier não era perigosa para ninguém e mais este atleta ainda não se encontra em forma.
Este trabalho custou-lhes caro pois mal anularam a fuga deixaram de pertencer ao grupo da frente, ficando a custo no 2º grupo no qual chegariam com 5' de atraso em relação ao pelotão, e Humberto Silva acabaria por desistir.
Em relação à cabeça de corrida e apesar das várias tentativas de fuga, estas foram sempre controladas pelos Viveiros,mesmo pelo camisola amarela. A 6 voltas do fim, aproveitando as guerrilhas entre Viveiros e Xyami, Rui Rodrigues enceta uma fuga que o levou a ganhar uma vantagem de 30''. Esta fuga demoraria a ser anulada, o que provocou uma eliminação homem a homem ao longo da subida fraccionando lentamente o pelotão, originando muitos atletas atrasados e grupos. Esta fuga só seria anulada na ultima volta, com a equipa da Xyami a tomar conta da cabeça do pelotão,imprimindo um ritmo de tal maneira forte que obrigou muitos atletas a descolar sendo eu uma das ultimas vitimas.
A chegada viria a ser realizada ao sprint, numa maneira à italiano, ou seja o grupo da frente quase todo em linha, em que o 1º homem a levantar os braços foi Rui Rodrigues, mas o homem que viria a ganhar a etapa seria Vítor Lourenço. Isto fez com que originasse alguma quezília e torna-se-se o caso da etapa.
Em relação a isto, apenas vou relatar o que uns e outros dizem pois não tenho opinião. Uns dizem que quem passou em 1º foi o Rui e que existem provas, mas o que é certo é que o chip disparou 1º para o Vítor. Mas como em tudo pode existir alguma desatenção, a verdade é que quem montou a linha de chegada não "reparou" que a meta não se encontrava em plena reta, mas numa pequena curvatura e como o Vítor entra por dentro faz com que o seu chip dispare primeiro e ganhe a etapa.
Isto tudo provocou o atraso da entrega dos prémios e a ira da população. Em tantos anos de ciclismo nunca vi tal, nunca vi a população a vaiar um atleta no pódio. O que foi extremamente desagradável e muito feio e pouco abonatório para a modalidade.
Quanto ao Rui Rodrigues e à sua equipa, perderam o prémio logo na 1ª etapa e andaram a trás de remediar o acontecido nas outras etapas conseguindo vencer a Corno-escalada. Em relação à etapa da tarde o que reparei é que o Rui quando ia fugido, passava a vida a olhar mais para trás do que para a frente e com isso perde-se sempre tempo. Gostaria de ainda de relembrar que só se levanta os braços depois de se cruzar a linha de chegada principalmente se esta é ao sprint. Este levantar de braços já não é inédito neste atleta, pois se nos recordamos no passado, num Campeonato Nacional em Grândola à chegada este atleta chega isolado levanta os braços e põe-se a olhar para trás e cai, o que o leva a perder o titulo.

Como noticia de ultima hora, informa-se que o Diretor Desportivo e o Presidente da Equipa Casa do Benfica de Almodôvar informam que devido aos incidentes ocorridos, este Grande Prémio irá deixar de se realizar, e que para o ano a equipa será inscrita em outra associação, designadamente na de Setúbal.

Tudo isto é de lamentar. Espero que estas noticias venham a ser reconsideradas, pois já tivemos uma noticia triste em relação ao Prémio de Grândola. Confirmaram-nos que não se irá realizar. Se este também se deixar de fazer as grandes provas nacionais de master irão desaparecer.


António Moreira

26 março 2012