Crónica da Prova de Abertura

Setúbal 06/03/2011
Nesta data iniciou-se a época de Masters Open
À partida estiveram 134 atletas um número que põe no bolso o nosso pelotão nacional. Ainda há quem diga, sejam de Associações ou Federação, que não se deve dar valor a esta categoria. Deveriam ter em consideração que alguns atletas já poderiam ser pais deles, e são estes atletas os verdadeiros amantes desta modalidade que gastam milhares de euros em lojas de bicicletas e que fazem com que elas sobrevivam e gerem emprego, para além da categoria de veteranos ser a que mais número de inscritos tem a Federação.
Também lamento que a nossa Federação, no acto da inscrição de um atleta não forneça um chip e que não equipe as Associações com material de leitura de chips ou mesmo fotofinish. Se assim fosse não teríamos o exemplo do lamentável episódio do que se passou no final desta prova de abertura. Não poderemos atribuir totalmente as culpas aos elementos da Associação de Setúbal porque eles tentaram dar o seu melhor, mas faço um reparo - se a câmara da Associação estava avariada nenhum dos elementos tinha uma pessoal para levar? Se fosse esse o caso mandavam um email para os clubes inscritos, de certeza que haveria alguém que a emprestava, eu pelo menos tenho duas.
Falando da prova, estava uma manhã linda para a prática desta modalidade. Como tinha já mencionado toda a gente quer andar na frente, ou para mostrar a bicicleta ou o equipamento, depois aqueles menos experientes também querem andar lá na frente (não se lhes tira esse direito-mas que não sabem como se colocar, não sabem), começam logo por fazer asneiras, ainda não tinha sido dada a partida real indo o pelotão devagar, na parte da frente do lado direito cai um atleta sem que ninguém lhe tocasse. Dá-se a partida real cerca de dois quilómetros à frente sem também lhe tocarem sai um atleta da estrada e vai pela terra dentro. Não estou aqui para dar lições a ninguém porque também faço os meus erros, ainda á pouco fiz um na Pista e sinto-me responsável pela lesão que o Camanè do Viveiros sofreu. Na passagem de nível deu-se outra queda muito estúpida, pois o atleta em vez de colocar o peso do corpo no meio da bicicleta e fazer com que as pernas sirvam de amortecedor mete o peso todo sobre o avanço do guiador e ao passar o carril o avanço parte com o peso do corpo. Houve muitas mais mas já não as presenciei pois deram-se a trás de mim. Mas não estou aqui para falar de quedas.
Falando da prova pode-se dividir em duas partes, aquele onde se rolava com muita facilidade onde houve várias tentativas de ataque que em nada deram. E a segunda quando se deu uma fuga com bastantes elementos onde ia um dos favoritos Vítor Lourenço, esta fuga que chegou a ter um pouco mais de um minuto foi anulada perto de Palmela devido às equipas em perseguição se terem ajudado entre si. Na subida para Palmela o pelotão acelerou, mas não a fundo mas aí já ficaram muitos atletas em dificuldades, mas o pelotão abrandou na viragem à direita para o Alto das Necessidades fazendo um reagrupar de alguns atletas atrasados. No Alto das Necessidades houve novamente uma aceleração saindo dois atletas, sendo um Manuel Sá do Póvoa BTT, mas esta fuga ficou na descida, pois ao chegar ao Vale da Rasca as equipas mais fortes tomaram conta da corrida preparando a chegada para os seus atletas, impuseram um andamento que só os mais fortes conseguiram acompanhar e depois aqueles topos da cimenteira acabaram com as expectativas de muita gente, só cerca de uma vintena de atletas conseguiu chegar à meta e com eu tinha dito o meu favorito nº 1 foi o vencedor desta prova – Luís Machado dos Viveiros.
ELAÇÕES DA PROVA
Por mais que se tentasse sair havia sempre uma equipa que controlava – Os Viveiros. Ao Vítor Lourenço interessava chegar isolado pois se fosse uma chegada em confronto com Luís Machado ia ter poucas hipóteses
Houve duas equipas que a meu ver desiludiram a 1ª Benfica de Almodôvar, falam muito e pouco fizeram. O seu chefe de fila que andou a prova toda abrigado (Humberto Silva), quando chegaram os topos da cimenteira notou-se que não tinha força para seguir com os primeiros. A 2ª foi o Fundiarte, mais uma vez se verificou que Rui Rodrigues tem dificuldades a descer e depois gasta as forças para chegar á frente nas subidas e na chegada não tem a frescura que deveria ter.
Quanto às notas positivas:
1ª - Luís Machado por ter ganho – a ele um obrigado especial pelo que tem feito estes dias por mim.
2ª - Gostei muito da corrida efectuada pelos atletas do Chão da Donas.
3ª – Gostei muito e nota-se que se está a trabalhar muito lá para Trás-os-Montes, Skoda Irmãos Leite, andaram sempre muito bem colocados quase nos surpreendendo com Luís Lameira, que faz um espectacular 2º lugar da geral.
4ª – Humberto Santo da Casa do Benfica de Pataias, embora este já ser um habitué de fazer bons lugares.
E quanto a mim, acho que fiz uma boa corrida, andando sempre com os da frente nas subidas mas noto que a rolar tenho muita dificuldade, mesmo assim cheguei no grupo da frente. Aproveito para mandar um obrigada pelo empurrãozinho a Mário Figueiredo do Viveiros.
Em relação às classificações só as colocarei quando se encontrarem correctas, por este motivo ainda não publiquei o Ranking deste ano.
As próximas jornadas serão no final do mês com a Volta a Almodôvar, quanto à nossa equipa não iremos participar pois vamos disputar a Challenge de Ourense.
Até lá uns bons treinos, tudo de bom para vocês e deixem-se de comentários negativos na internet pois não dignificam a nossa modalidade.

António Moreira