Reflexão sobre a 2ª Volta a Portugal de Master’s
Após término da prova e alguns dias para descansar, reflectir e pesquisar sobre o que se passou ao longo dos vários dias de prova, conclui que é mais que provável para o ano não haver volta. Isto porque foram tantos os incidentes que ocorreram que é impossível dar credibilidade a um evento desta envergadura nestes termos; senão vejamos:
1º - O número de participantes foi bastante reduzido em relação ao ano transacto e sem participação de equipas “estrangeiras” – o que deu pouca projecção ao evento e não nos esqueçamos do reduzido lucro da organização (se o teve);
2º - A nula cobertura dos meios de comunicação social.
3º - Os gastos que as equipas participantes tiveram para que algumas vissem o seu plantel reduzido a pouquíssimos elementos devido ao controle de chegada ser diminuto tendo em consideração os kms das etapas e a dureza das mesmas, esquecendo-se das 3 diferentes categorias que participavam.
4º - Provas duras sem abastecimento apeado o que é inadmissível para um pelotão de Master’s, sei que vão dizer que nas provas oficiais o abastecimento apeado é só para etapas com mais de 130kms mas há que ter em conta que esta prova era para Master’s (estrangeirismo para veteranos), não para profissionais e se a organização, (que é soberana, pois é quem paga ao colégio de comissários) o quisesse a presidente do mesmo só teria que cumprir. Falamos de etapas que decorreram sobre forte calor, nomeadamente a de Aveiro/Sever do Vouga que para além do calor era extremamente dura. Considero esta atitude desumana de uma inflexibilidade que ronda o masoquismo por parte dos comissários/organização em verem sofrer os atletas.
5º - O horário do inicio das etapas era tarde, assim como a distância entre etapas era muito grande. Pois com etapas que rondavam em média os 100kms nunca terminavam antes das 19h, arrumar toda a logística da equipa e fazer mais cerca de 80kms de carro, nunca se chegava antes das 21h, o que obrigava a um jantar tardio e pouquíssimo tempo para massagens, tratar das bicicletas, e descanso. Não nos esqueçamos que falamos de equipas amadoras, sem grande logística.
6º - Muitas infracções, mas que os comissários e organização não ponderaram da mesma forma. Não vou aqui bater mais na infracção mais visível, a agressão, mas que merecia punição merecia. Penso que todos nós tivemos um pouco de culpa por esta impunidade, pois se o pelotão se tivesse unido e não alinhasse na etapa seguinte ou fizessem uma etapa de “Cicloturismo” talvez a organização tivesse tomado algumas medidas, apesar desta ser um dos patrocinadores da equipa do atleta agressor.
7º - Um exagero de multas, principalmente nas últimas etapas. Será que os comissários começaram a ver de repente melhor? Terá sido para se redimirem por multas que não passaram? Terá a organização descoberto uma forma de ter algum lucro?
Não pretendo ofender ninguém com o raciocínio que aqui declino. Deixo em aberto estas questões, esperando que esta reflexão, assim como as que irei publicar todos os dias dos directores Desportivos das Equipas participantes, sirva para que no próximo ano as coisas sejam diferentes.
Esta volta em relação à do ano transacto, ficou aquém e deixou muito a desejar. Considero que quando algo corre bem e se pensa dar continuidade deve-se fazer melhor.
Penso que em vez dos cibernautas, que frequentam os fóruns de ciclismo, andarem a lavar roupa suja parassem de atacar uns e outros, reflectissem e falassem de coisas importantes como estas. Passando a tentar arranjar formas de colmatar tantas adversidades que o ciclismo de Master incorre nos dias de hoje, como por ex: faltas de patrocínios, pouca divulgação das provas, os custos elevados do policiamento, entre outros. Isto sim, são temas que levam e fazem esta modalidade de Master´s evoluir Social e Desportivamente. Talvez assim a comunicação Social passe a dar credibilidade e projecção á modalidade.
O Responsável pela equipa de estrada do Póvoa Clube BTT
António Moreira
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